'O PMDB é partido de uma pessoa', diz Marçal


Dourados News

Radialista Marçal Filho é o entrevistado da semana no Dourados News - Foto: Gizele Almeida

“O PMDB é partido de um projeto pessoal, ou seja, de uma pessoa e só dela!”, a afirmação é do radialista e ex-deputado federal Marçal Filho e a direciona ao presidente local da sigla, o deputado federal Geraldo Resende, com quem se mostra bastante insatisfeito.

 

De malas prontas para o PSDB, Marçal atendeu o site Dourados News no estúdio da Rádio 94 FM para a entrevista da semana [confira o material na íntegra a partir de quinta (23)] e falou sobre política e seus projetos, se colocando também como pré-candidato à prefeitura de Dourados no ano que vem, ‘sem imposição’, como lembrou.

 

“Estou entrando no PSDB, mas, sem impor a condição de ser o candidato a prefeito. Se meu nome figurar e o partido achar que é o que deve ser, estou a disposição. No PMDB acontece ao contrário, antes mesmo da eleição para deputado federal, o presidente do partido já tinha definido isso [candidatura a prefeitura]”, resumiu.

 

Na opinião do radialista, Geraldo acabará sozinho no PMDB, devido a sua posição ‘personalista’. “Acho que essa tensão existe por conta da posição personalista do presidente e acaba criando esse clima que estamos vendo, creio que ele vai ficar com o partido sozinho. Agora para mim, isso já é página virada, o negócio é o PSDB”, relatou.

 

A afirmação do ex-deputado confirma o ‘racha’ existente em sua ex-sigla, principalmente por conta da quantidade de nomes a disposição para substituir o atual chefe do Executivo, Murilo Zauith (PSB) nas eleições municipais.

 

Além de Marçal, que deixou o partido para tentar ‘espaço’ em 2016, a vereadora Délia Razuk, outra liderança importante no PMDB, estaria de saída para o PR. Nomes como o deputado estadual Renato Câmara, o secretário de Saúde Sebastião Nogueira e do vice-prefeito Odilon Azambuja, além do suplente de senador Celso Dal Lago, são citados para a função.

 

A briga para se colocar na disputa é tanta, que o ex-governador André Puccinelli, atualmente a mais influente liderança peemedebista no Estado, precisou vir a Dourados no mês passado para tentar apaziguar a situação, mesmo que tentasse disfarçar a sua visita ao município.

“Que racha? Vim aqui participar de uma reunião como convidado apenas, sem influenciar em nada”, disse na época Puccinelli.

 

 

QUE SEJA FELIZ EM OUTRO PARTIDO

No dia 12 de junho, em meio a crise vivida no PMDB, o deputado federal Geraldo Resende não se mostrou preocupado com a possível debandada vivida pelo seu partido. Em visita ao Dourados News, ele ‘cutucou’ quem se mostrava insatisfeito na sigla, relembre aqui.

 

“Temos [PMDB] o projeto de chegar à presidência da República em 2018 e por isso precisamos nos fortalecer nos principais municípios do Estado e do país, e Dourados é um deles. Vamos trabalhar de forma coletiva para chegarmos onde almejamos. Agora, aqueles que preferem o lado individual, que visam os seus interesses e não se submetem a regras, têm toda a liberdade de seguir seu caminho e ser feliz. Eu e outros filiados ao PMDB somos pré-candidatos, mas precisamos ter regras para se escolher um nome”, comentou.

 

Sem citar nomes, a alfinetada foi para Marçal Filho, que se preparava para retornar ao PSDB e a vereadora Délia Razuk, ainda no PMDB, mas que tem ameaçado se mudar em busca de espaço para a sucessão municipal. Ambos teriam reclamado da maneira como a direção do partido é comandada por Resende. 


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