Sócio da Escola de Educação Corporativa Pro-Fissa, o publicitário Eugenio do Val, de 40 anos, tem estudado a fundo os benefícios da educação corporativa como um novo e revolucionário modelo de empreendedorismo. Em sua busca junto ao projeto Pro-fissa, ele percebeu que não basta simplesmente empreender: é preciso ter uma visão totalmente ampla do que é o mercado e de que forma você pode crescer nele.
O Pro-Fissa nasceu em 2014, em Campo Grande MS, e promove programas de educação corporativa com o objetivo de preparar as pessoas com as melhores práticas profissionais, tendo como foco melhorar a produtividade e a geração de valor para o negócio onde está inserido. Em um momento de crise, onde os trabalhadores buscam de formas de reinvenção e sobrevivência profissional, o trabalho do projeto pode colaborar. Saiba mais na entrevista.
Em um momento de crise, como a mudança de visão das pessoas deve ser para que os negócios continuem crescendo, na questão do empreendedorismo?
Na verdade a mudança de visão é necessária sempre. A visão diferenciada do mercado é o ponto preponderante para o empreendedor começar a ter algo inovador, diferente, algo que realmente tenha valor para a sociedade. Neste momento de crise, principalmente, o mais importante é que ele entenda o contexto em que as coisas se dão, principalmente onde está inserido o seu negócio, ou projeto de negócio. O que a gente fala muito dentro do Pro-Fissa é de "visão drone". Hoje esse é um dos grandes problemas do empreendedor, muitas vezes ele tem uma visão só do ganho que pode ter empreendendo e esquece de olhar justamente o cenário em que vai se inserir. É muito comum, por isso, ser surpreendido por uma série de elementos que não foram mapeados. Essa mudança de visão que falamos é necessária sempre, mas principalmente nesta época de crise ela é essencial para a sobrevivência.
O que é educação corporativa?
São os códigos de comportamento desejados no profissional (as melhores práticas), dentro de uma empresa. Envolve desde postura, forma de se relacionar dentro da hierarquia da empresa, forma de se posicionar diante dos desafios como, também, a forma de se enfrentar os objetivos e metas sob sua responsabilidade. Esses códigos existem justamente para que o profissional possa produzir melhor com mais qualidade, com disciplina e de preferência gerando valor para os negócios, seja ele um empreendedor ou intraempreendedor.
Como é a aplicação dessa educação corporativa em Mato Grosso do Sul?
Mato Grosso do Sul por ser um Estado que se tem a predominância da atividade no Agronegócio, a Educação Corporativa começa a ser melhor difundida, pois trata-se de facilitar o amadurecimento que falta em todos nós profissionais. Primeiro porque este não é um tema tratado nas universidades e segundo porque existe um universo menor de grandes corporações que são os principais “educadores corporativos”. Dessa forma, nos propomos a democratizar esse tipo de educação.
Como é o perfil do profissional ideal em um mercado competitivo e afetado pela crise?
O profissional desejado é aquele que tem a capacidade de transformar estratégias baseadas numa boa visão de mercado, "visão drone", que tem o foco do cliente (enxerga o mercado do cliente – interno e externo - e suas necessidades) e que está antenado nos movimentos deste mercado propondo soluções antes mesmo de serem solicitadas. Ele precisa ter bom senso, ser uma pessoa centrada, mas que precisa ter visão e mente aberta para novos desafios, não ter medo do novo e ser bom de relacionamento interpessoal.
Como surgiu a ideia de criar o Pro-Fissa e qual a linha de trabalho do projeto?
O Pro-Fissa surgiu da visão que os sócios sempre tiveram do que acontecia em seus ambientes de trabalho, uma certa falta de capacidade produtiva, em todos os níveis de uma estrutura organizacional, falta da educação para negócios e um mercado em rápida transformação. Ou seja, a falta de conhecimento das melhores práticas. Diante dessas dificuldades observadas pelo lado empreendedor, nós entendemos que era necessário fazer algo mais. Então foi assim que surgiu o Pro-Fissa e nossa proposta é levar para o mercado, de maneira democrática, as melhores práticas focando a produtividade e geração de valor, porque se não tiver nenhum desses predicados no negócio, o profissional simplesmente perde relevância e os negócios podem desaparecer.
O que é a Geração de Valor e como as empresas estão trabalhando esse conceito aqui em MS?
A Geração de Valor é o meio de uma equação onde de um lado existe alguém demandando algo, e do outro está alguém para atender aquela demanda de forma legitima e verdadeira. Nessa equação quando há sentido de ganho, de valor pelo que se recebe para quem está demandando temos então a geração de valor, há uma percepção de valor. Geração de valor então nada mais é que fazer algo que faça sentido verdadeiramente para a parte que está demandando. Mas a graça dessa conversa está mesmo em colocar isso para rodar nas empresas. Haja empreendedorismo. No MS as empresas estão começando a descobrir, conforme vamos levando essas questões, com os nossos cursos, com as turmas, a construção se da dentro deste caminho. Primeiro entender o conceito e depois trabalhar ele. É bom ressaltar que assim como acontece no Brasil, no MS tem muitas empresas gerando valor (afinal existe uma economia girando), o problema é que as vezes isso está oculto, não mapeado e identificado conceitualmente e ai perde-se grandes oportunidades de evolução. Imagina se uma loja que tem um monte de elogios pelo serviço que presta decide mapear este processo? É um oceano de oportunidades, imagina o quanto de material o dono desta loja tem para de diferenciar do concorrente.
