Cártamo tem custo de produção 5 vezes menor que soja



Em tempos de baixa nas cotações de commodities, alternativas de maior valor, menor custo ou mesmo possibilidades de diversificação e rotação ganham popularidade. Uma oleaginosa que vem chamando a atenção é o cártamo, planta semelhante ao açafrão e que tem custo de produção médio cinco vezes inferior ao da soja.

 

A vantagem do cártamo é que nos climas secos não registra absolutamente nenhuma praga e não precisa de nenhum manejo ou aplicação de agroquímicos para o controle de doenças. Além disso, algumas iniciativas em andamento estão ampliando os usos e as aplicações da oleaginosa – que tem a Índia como maior produtor mundial.

A Bioceres, empresa argentina de Rosario, desenvolveu uma variedade de cártamo que permite produzir queijo a partir da quimiosina. O objetivo é concorrer em um mercado avaliado de 1,1 bilhão de litros, considerando o Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.

 

No Brasil, o Instituto Agronômico do Paraná tem feito testes com o cártamo em várias regiões do estado importando a semente da empresa californiana SeedTec. Ao contrário do pensamento comum, o cultivo foi plantado no inverno e se desenvolveu até melhor nas áreas que não são secas no oeste e sudoeste do Paraná, em locais como Ponta Grossa e nas proximidades de Cascavel. A produtividade média foi de 3.000 quilos por hectare.

 

“A grande vantagem do cártamo é que não se gasta nada e não há pragas. O custo é muito baixo. Mas o grande desafio está por parte das cooperativas e indústrias. Eles precisam receber o cártamo para processar nos mesmos lugares que se recebe soja ou milho. Eles resistem em fazer as adaptações pelo trabalho e custos”, contou o pesquisador Pedro Mario de Araújo ao Portal Agriculture.com.

 

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