'A pressa é do governo', diz caminhoneiro em Dourados


Por Dourados News

Foto: Vinícios Araujo

O movimento dos caminhoneiros, que em Dourados completa cinco dias, segue firme nos três pontos de manifestação instalados na cidade. Na tarde de ontem (25), o presidente Michel Temer (MDB) deu aval para intervenção das forças federais para que o acordo firmado entre Governo e apenas uma, das três representações da categoria, seja colocado em prática.

Especialistas avaliam que Temer endureceu o discurso aos grevistas numa tentativa de intimidar as manifestações, porém, até o momento não há registro de desistência por parte dos caminhoneiros. 

O site Dourados News esteve mais uma vez no acampamento montado pelos manifestantes no Trevo da Bandeira, na BR-163 em Dourados. Por lá, os grevistas permanecem decididos a dar continuidade nas manifestações.

“A pressa é do Governo”, afirmou o caminhoneiro Jaime Osório. 

A categoria afirma que a mobilização será desfeita apenas após a redenção do Governo à principal reivindicação: a redução do Pis/Cofins sobre o preço do óleo diesel

Em comunicado oficial no portal da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), o presidente José da Fonseca Lopes solicita que os manifestantes desobstruam as rodovias, mas não encerrem a mobilização. 

 “Já mostramos a nossa força ao Governo, que nos intitularam como minoria. Conseguimos parar 25 estados brasileiros com mais de 504 interdições. Vale lembrar que a Abcam continua sem assinar qualquer acordo com o Governo e mantém o pedido de retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel”, afirma trecho da nota. 

José da Fonseca afirma ainda que o caos que alastrou pelo País em decorrência à greve é culpa de uma posição tardia do presidente Michel Temer. 

“A culpa do caos que o país se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria. Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo Governo. Emitimos novo alerta no dia 14 de maio, uma semana antes de iniciarmos os protestos. É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria”, destaca outro trecho. 

PRF

Em Dourados, quatro equipes com 12 policiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão em negociações com os manifestantes. 

Segundo o inspetor Waldir Brasil, responsável pela Delegacia da PRF em Dourados, as conversações visam permitir o direito de ir e vir. 

“Estamos procurando proporcionar àqueles que não querer permanecer parados na estrada, o direito de trafegar pelas rodovias onde ocorrem as manifestações”, explicou Brasil.

O inspetor garantiu que a movimentação em Dourados é pacífica e que não houveram resistências por parte dos manifestantes. 

“A nossa expectativa é que neste final de semana nós já consigamos a cooperação dos caminhoneiros para deixarem as rodovias”, concluiu Brasil. 

Segundo a PRF, ainda há 74 pontos de mobilização no Estado. 


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