Bolsonaro: 'Não está na hora de ter um juiz evangélico no Supremo Tribunal?'

Em Convenção Nacional das Assembleias de Deus Madureira, em Goiânia, presidente critica Supremo por criminalização de homofobia: 'Ao que parece, estão legislando'


Por jn.pt

Jair Bolsonaro Foto: EPA/Joedson Alves

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, criticou esta sexta-feira o Supremo Tribunal Federal (STF), que atualmente realiza um julgamento que pode tornar a homofobia um crime equiparado ao racismo, questionando se os juízes estão a legislar.

Ao falar sobre o julgamento na mais alta instância judicial do país, o chefe de Estado brasileiro disse que "jamais atacaria um outro poder", mas questionou se os juízes do STF "não estão legislando", porque existem projetos sobre este tema em desenvolvimento no Congresso.

A posição foi assumida esta sexta-feira por Jair Bolsonaro durante um evento na igreja Assembleia de Deus Ministério Madureira, na cidade de Goiânia, tendo questionado se o STF não deveria ter um juiz evangélico.

"Eu também sou terrivelmente cristão. Então, com todo respeito ao STF, eu pergunto: existe algum, entre os 11 juízes do Supremo, evangélico? Cristão assumido? Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com religião", afirmou.

"Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos, um tem que respeitar o outro. Será que não está na hora de termos um juiz no Supremo Tribunal Federal evangélico?", acrescentou o presidente brasileiro.

Seis dos 11 juízes do STF votaram em 23 de maio para equiparar a homofobia e a transfobia com o crime de racismo, cuja punição prevê pena de prisão.

Cinco dos onze magistrados do STF ainda devem votar, quando o julgamento for retomado a 5 de junho.

Se nenhum juiz mudar o voto, passará a ser crime no Brasil, com punição equivalente ao crime de racismo, qualquer forma de ofensa, individual e coletiva, homicídios, agressões e discriminações motivadas pela orientação sexual.


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